domingo, 26 de fevereiro de 2012

Torneio DE XADREZ GIGANTE no SESC Itaquera


Caros Alunos do Conde

Quero convocar a todos para participarem do Torneio DE XADREZ GIGANTE no SESC Itaquera dias 17, 18, 19 e 20 de maio de 2012.
Isso mesmo!
A antecipação é para que possamos nos organizar como escolas a fim de que possamos solicitar os ônibus para Projetos Especiais.
O objetivo é envolver os alunos em um ambiente de prática maior do xadrez.

A programação será

09/05 - CONGRESSO TÉCNICO
17/05 - sub 08, sub 10 e sub 12
18/05 - sub 14, sub 16 e sub 18
19/05 - professores e categoria livre
20/05 - equipes de 3 alunos

Acredito que será um bom momento de treino e diversão, pois os ambientes do SESC estarão aberto.

O Torneio é o dia inteiro . No último que o CEU Butantã foi todos os inscritos ganharam um diploma.

Aguardo contatos até 10 de março.

Atenciosamente,
Profº Ricardo

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Partida da Ópera




Partida da Ópera
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Brancas: Paul Morphy
Negras: Duque de Brunswick/Conde Isouard
Abertura: Defesa Philidor, C41
Paris, França, 1858.

Este artigo usa a notação algébrica para descrever os movimentos do xadrez.

A Partida da Ópera é uma famosa partida de xadrez jogada entre o GM americano Paul Morphy e dois fortes amadores, o nobre alemão duque Carlos II, duque de Brunswick e o aristocrata francês conde Isouard.

Este jogo é usado por vários professores de xadrez para demonstrar aos seus alunos a importância do rápido desenvolvimento das peças, entre outras lições.

O JOGO

1. e4 e5
2. Cf3 d6
3. d4 Bg4 (?)

Este lance, hoje, é censurado. Porém, esta era a teoria padrão na época. Hoje, o mais comum é 3...exd4, e a resposta mais agressiva é 3...f5

4. dxe5 Bxf3

Se 4...dxe5, então 5.Dxd8+ Rxd8 6. Cxe5 e as brancas ganham um peão, fazendo com que as pretas percam o roque

5. Dxf3 dxe5
6. Bc4 Cf6
7. Db3 De7

Único bom movimento preto. Quase todos os movimentos pretos levam ao mate. Por exemplo, 7...Cc6 8.Bxf7 Re7 9.De6++. 7...Dd7 perde a torre para 8.Dxb7 seguido por 9.Dxa8. As pretas são forçadas a mover a dama a e7, apesar de bloquear o bispo de f8 e impedir o roque

8. Cc3

As brancas preferem um rápido desenvolvimento do que material. Elas recusam o ganho de um peão com 8.Dxb7 Db4+ (unica maneira para evitar a perda da torre 9.Dxb4, ou ganhar dois com 8.Bxf7+ Rd8 (ou 8...Dxf7 9.Dxb7 e agora o preto não tem como evitar a perda da torre) 9.Dxb7, preferindo concentrar suas forças para um rápido xeque-mate.

8. ... c6
9. Bg5 b5 (?)
10. Cxb5!

Morphy escolhe não recuar o bispo, pois daria tempo ao preto recuperar o atraso no desenvolvimento. 9...b5 perde mas é difícil achar algo melhor; por exemplo 9...Ca6 10.Bxf6 gxf6 11.Bxa6 bxa6 12.Da4 Db7 e a posição preta está uma confusão.

10. ... cxb5?

As pretas poderiam ter jogado 10.Db4+, onde teria forçado Morphy a trocar as damas, ainda que o jogo branco continuaria ganho.

11. Bxb5+ Cbd7
12. 0-0-0

A combinação dos bispos atacando o cavalo e a coluna aberta dominada pela torre levarão, com certeza, à derrota preta.

12. ... Td8
13. Txd7 Txd7
14. Td1 De6

Compare a atividade das peças brancas com as pretas.

15. Bxd7+ Cxd7

Se 15...Dxd7, então 16.Db8+ Re7 17.Dxe5+ Rd8 18.Bxf6+ gxf6 19.Dxf6+ Rc8 20.Txd7 Rxd7 21. Dxh8 e as brancas estão evidentemente ganhas.

16. Db8+!

Morphy encerra com um lindo sacrifício de dama.

16. ... Cxb8
17. Td8#

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

OS TRINTA E CINCO CAMELOS - Malba Tahan


OS TRINTA E CINCO CAMELOS - Malba Tahan

Poucas horas havia que viajávamos sem interrupção, quando nos ocorreu uma aventura digna de registro, na qual meu companheiro Beremiz, com grande talento, pôs em prática as suas habilidades de exímio algebrista.
Encontramos, perto de um antigo caravançará meio abandonado, três homens que discutiam acaloradamente ao pé de um lote de camelos. Por entre pragas e impropérios, gritavam possessos, furiosos:
— Não pode ser!
— Isto é um roubo!
— Não aceito!
O inteligente Beremiz procurou informar-se do que se tratava.
— Somos irmãos — esclareceu o mais velho — e recebemos como herança esses 35 camelos. Segundo a vontade expressa de meu pai, devo eu receber a metade, o meu irmão Hamed Namir uma terça parte, e ao Harim, o mais moço, deve tocar apenas a nona parte. Não sabemos, porém, como dividir dessa forma 35 camelos. A cada partilha proposta, segue-se a recusa dos outros dois, pois a metade de 35 é 17 e meio! Como fazer a partilha, se a terça parte e a nona parte de 35 também não são exatas?
— É muito simples — atalhou o “homem que calculava”. — Encarregar-me-ei de fazer com justiça essa divisão, se permitirem que eu junte aos 35 camelos da herança este belo animal, que em boa hora aqui nos trouxe.
Neste ponto, procurei intervir na questão:
— Não posso consentir em semelhante loucura! Como poderíamos concluir a viagem, se ficássemos sem o nosso camelo?
— Não te preocupes com o resultado, ó “bagdali”! — replicou-me, em voz baixa, Beremiz. — Sei muito bem o que estou fazendo. Cede-me o teu camelo e verás, no fim, a que conclusão quero chegar.
Tal foi o tom de segurança com que ele falou, que não tive dúvida em entregar-lhe o meu belo jamal, que imediatamente foi reunido aos 35 ali presentes, para serem repartidos pelos três herdeiros.
— Vou, meus amigos — disse ele, dirigindo-se aos três irmãos — fazer a divisão justa e exata dos camelos, que são agora, como vêem, em número de 36.
E voltando-se para o mais velho dos irmãos, assim falou:
— Deves receber, meu amigo, a metade de 35, isto é, 17 e meio. Receberás a metade de 36, ou seja, 18. Nada tens a reclamar, pois é claro que saíste lucrando com esta divisão.
Dirigindo-se ao segundo herdeiro, continuou:
— E tu, Hamed Namir, devias receber um terço de 35, isto é, 11 e pouco. Vais receber um terço de 36, isto é, 12. Não poderás protestar, pois tu também saíste com visível lucro na transação.
E disse, por fim, ao mais moço:
— E tu, jovem Harim Namir, segundo a vontade de teu pai, devias receber uma nona parte de 35, isto é, 3 e pouco. Vais receber um terço de 36, isto é, 4. O teu lucro foi igualmente notável. Só tens a agradecer-me pelo resultado.
Numa voz pausada e clara, concluiu:
— Pela vantajosa divisão feita entre os irmãos Namir — partilha em que todos os três saíram lucrando — couberam 18 camelos ao primeiro, 12 ao segundo e 4 ao terceiro, o que dá um total de 34 camelos. Dos 36 camelos sobraram, portanto, dois. Um pertence, como sabem, ao “bagdali” meu amigo e companheiro; outro, por direito, a mim, por ter resolvido a contento de todos o complicado problema da herança.
— Sois inteligente, ó estrangeiro! — confessou, com admiração e respeito, o mais velho dos três irmãos. — Aceitamos a vossa partilha, na certeza de que foi feita com justiça e eqüidade.
E o astucioso Beremiz — o “homem que calculava” — tomou logo posse de um dos mais belos camelos do grupo, e disse-me, entregando-me pela rédea o animal que me pertencia:
— Poderás agora, meu amigo, continuar a viagem no teu camelo manso e seguro. Tenho outro, especialmente para mim.
E continuamos a nossa jornada para Bagdá.


(Malba Tahan, Seleções - Os melhores contos – Conquista, Rio, 1963)